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Foto do escritorSommelier Luciano

Como são Produzidos os Vinhos Espumantes?

Atualizado: 25 de abr.

Os vinhos espumantes encantam os apreciadores com suas bolhas efervescentes e paladar vibrante, resultado de um meticuloso processo de fermentação secundária do vinho base. Essa etapa crucial, que pode ocorrer tanto na garrafa quanto em recipientes fechados, é o que confere aos espumantes sua textura singular e uma sensação de frescor inigualável.


A diversidade de doçura, que varia do muito seco brut ao adocicado doce, proporciona uma rica variedade de experiências sensoriais. Independentemente do método de produção, seja o Champenoise, o Transferência ou o Charmat, a segunda fermentação é essencial para a criação das borbulhas características.


Durante esse processo, o açúcar transforma-se em álcool e dióxido de carbono, gerando a pressão que dá vida às bolhas. Todos os métodos visam preservar a qualidade das uvas, assegurando que o espumante final seja refrescante, efervescente e deliciosamente agradável ao paladar.


Mas quais são os métodos para criar essa segunda fermentação responsável pelas bolhas do vinhos espumantes?


O Método Champenoise ou Tradicional


Representação da sequência de movimentos de inclinação durante o processo da segunda fermentação
Representação da sequência de movimentos de inclinação durante o processo da segunda fermentação
A sequência de movimentos de inclinação das garrafas de espumante durante a segunda fermentação é uma técnica conhecida como remuage. Este processo é utilizado para coletar os sedimentos formados durante a fermentação no gargalo da garrafa, facilitando sua remoção posterior. As garrafas são colocadas em suportes inclinados, chamados pupitres, e giradas periodicamente para que os sedimentos se acumulem perto da tampa de metal. Esse método meticuloso assegura a clareza e a qualidade do espumante final, removendo impurezas sem afetar a integridade das borbulhas preciosas.

Nas frescas manhãs na região de Champagne, na França, quando as vinhas estão carregadas de uvas maduras, prontas para serem colhidas, com cestos de vime em mãos, os viticultores as selecionam com carinho, escolhendo apenas as mais perfeitas. Afinal, a qualidade começa no vinhedo.


Após a colheita, as uvas são prensadas, e o mosto extraído é separado das cascas. Esse líquido precioso segue para tonéis de inox ou barris de carvalho, onde a fermentação alcoólica transforma os açúcares em álcool, como uma dança das leveduras! Assim começa a criação do vinho base. Mas o grande momento é quando o mosto, já fermentado, é misturado cuidadosamente. Diferentes variedades de uvas, de diferentes épocas e regiões, se unem em harmonia. Essa mistura, chamada de assemblage, confere complexidade e elegância ao vinho.


Na segunda fermentação, as garrafas são preenchidas com o líquido, junto com um toque de açúcar e leveduras “licour de tirage”. Com uma tampa de metal, igual aquelas tampas de cerveja, as garrafas são seladas e permanecem em repouso em suas leiras, inicialmente na posição horizontal, passando pela posição diagonal eté chegar na vertical. Esse ciclo é representado na imagem acima. Durante meses, as leveduras trabalhavam sua mágica, transformando o açúcar em álcool e criando as preciosas bolhas que nos encantam.


Terminado o ciclo, é adicionado licour de expedição, também conhecido como licour de dosagem, uma mistura de vinho e açúcar que é adicionada ao espumante após a remoção dos sedimentos da segunda fermentação. Essa adição é a última etapa antes do espumante ser fechado com a rolha definitiva, e também determina o nível final de doçura do produto. O licour de expedição é crucial para definir o estilo do espumante, desde o mais seco até o mais doce, e está pronto para ser comercializado após essa etapa.


Entenderam porque os espumantes de método clássico são mais caros? Existe um grande trabalho até que o vinho chegue nas nossas taças.


O Método de Transferência


Em outra parte da Europa, os produtores optam por um caminho diferente. O método de transferência, menos romântico talvez, mas igualmente eficaz. Aqui, a segunda fermentação ocorre em grandes tanques de aço inoxidável. O vinho é filtrado e transferido para as garrafas, preservando suas borbulhas.


O Método Charmat


Tanques de Autoclave Método Charmat
Tanques de Autoclave Método Charmat

Na ensolarada Itália, o Método Charmat ganhou vida já faz muito tempo. O vinho passa pela segunda fermentação em autoclaves, enormes tanques pressurizados. As leveduras fazem seu trabalho, e o vinho adquire sua efervescência. Fresco e frutado, o Charmat é a escolha para muitos Proseccos e outros espumantes italianos.



E assim, caro leitor, termina nossa jornada pelos métodos de produção de vinhos espumantes. Cada bolha, cada taça erguida, carrega consigo séculos de tradição e paixão. Que nossas celebrações sejam sempre brindadas com essas maravilhas efervescentes! Ah! Eu já ia esquecendo: Lembre-se, que só pode ser chamado de Champagne o espumante produzido na região de Champagne.

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